Olá, boa tarde! Desde que o suposto esquema de corrupção do governo Arruda tomou conta dos noticiários venho acompanhando seus desdobramentos, seja comentando os pontos positivos, como a mobilização dos estudantes no Distrito Federal, seja criticando os aspectos negativos, como a incapacidade dos homens da política, falo dos deputados distritais, de responder de maneira satisfatória aos anseios da sociedade, e não apenas a brasiliense, por justiça. Mais do que implicância, acredito que o caso de Brasília, denominado pela imprensa como “mensalão do DEM”, é emblemático para pensarmos a política no país em seus acertos e erros. Olhando rápido, nada de novo: Arruda, velho conhecido dos noticiários quase “policiais” nas páginas sobre política, foi pego, negou, assumiu, pediu perdão e parece, ao que tudo indica, que graça; os parlamentares flagrados seguem o mesmo movimento, dando uma de, diriam, “João sem braço”, na expectativa de que nós esqueçamos o que aconteceu; o Judiciário, moralista como sempre, trata a corrupção como um mal exclusivo da política, apresentando-se ileso a esse tipo de problema e cobrando soluções; e a sociedade? Aqui acho que vemos algo novo. No final do ano passado, o Legislativo do Distrito Federal entrou em recesso, aprovando uma peça orçamentária que incluía o pagamento para várias das empresas envolvidas no escândalo, e se isentou de dar andamento aos processos contra o governador Arruda que tramitavam na casa, mesmo sendo ameaçado pela justiça. No início deste ano, uma série de “jogadas” que incluem, por exemplo, a renúncia do presidente da Câmara, vinculado ao governo, com o objetivo de forçar uma nova eleição evitando que a oposição assuma a presidência da casa, foi repreendida pelos combativos estudantes de Brasília, que arremessaram estrume na porta da Câmara Distrital. Não que isso seja o modo ideal de fazer política. Da mesma forma que não podemos ser inocentes quanto ao aparelhamento de determinados movimentos sociais por segmentos organizados. Mas uma coisa é certa: os ruídos do escândalo de corrupção do GDF ainda são ouvidos e isso é algo para se comemorar. O Brasil precisa, e esse esforço tem sido feito por boa parte da intelectualidade honesta, parar de tratar o tema da corrupção de forma moralista. A corrupção existe e bom que ela apreça. E é melhor ainda que nós não deixemos que ela habite o esquecimento, ainda que seja jogando estrume. Sugiro olhos atentos para a eleição do presidente da Camada do Distrito Federal. Sugiro olhos atentos para o que os escândalos de corrupção representam de progresso no seu combate. Sugiro olhos atentos para a política. Boa tarde a todos e até o Cena Política da semana que vem!
A coluna Cena Política vai ao ar todas as quintas (por volta das 14:30h) na Rádio Catedral FM 102,3.
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