Olá, boa tarde! Na quarta-feira de cinzas deste ano não vimos apenas a surpreendente vitória do Botafogo sobre o Flamengo, nem a tão esperada conquista do carnavalesco Paulo Barros, pela Unidos da Tijuca, depois de tantos anos inovando. Felicidade ou não, outra comemoração se justificou por uma ausência na Marquês de Sapucaí: a do governador José Roberto Arruda (DEM), que viu, presume-se, a homenagem da Beija Flor de Nilópolis a Brasília da cela onde cumpre prisão preventiva desde o final da semana passada. Homenagem esta, aliás, financiada pelo governo do Distrito Federal e que contaria, até então, com a presença de Arruda no desfile, sem qualquer menção à política e é bom que isso fique claro. Mas como o destino é farto em nos pregar peças, a “comemorada” prisão do governador não passou despercebida nem nos desfiles, sendo matéria de todos os jornais nos últimos dias. Não é pra menos. Venho comentando a singularidade dos acontecimentos no DF desde o aparecimento do então apelidado “mensalão do Democratas”, triste com a constatação da mais um caso de corrupção na política brasileira, mas satisfeito com o que o episódio nos mostrou de evolução: a atuação de uma imprensa livre para desmontar esquemas que antes habitavam o desconhecimento; uma sociedade civil pujante que não se aquietou diante das tentativas habituais de tratamento do caso como rotineiro; uma justiça disposta a dar respostas ao que até então era silenciado. Resultado: Arruda está preso! O diagnóstico dos analistas é consensual em afirmar que ele fez exatamente o que não poderia ser feito ao tentar atrapalhar o andamento das investigações. Caso se mantivesse passivo tal como o seu antecessor e “padrinho” político, Joaquim Roriz (PSC), nome corrente em escândalos e que agora volta, pena, a ser cogitado como candidato ao governo do DF mesmo tendo renunciado ao mandato de senador para evitar cassação, teria passado ileso ao que ele vem chamando de “perseguição”. Talvez. Isso porque, tal como venho comentando nesta coluna, o episódio recente assinalou conquistas e longe de tratar o tema da corrupção de forma moralista, foi bom que Arruda tenha sido e esteja preso. De alguma forma, a prisão do governador reforça a tão abalada confia do povo em suas instituições, reata, num certo sentido, seu afeto com a política. Arruda ainda não foi condenado, terá chance de se defender, o que não envolve coagir testemunhas. Ainda assim, o carnaval nos trouxe, como quase sempre faz, um alento. Não paremos por aí. Boa tarde a todos e até o Cena Política da semana que vem!
A coluna Cena Política vai ao ar todas as quintas (por volta das 14:30h) na Rádio Catedral FM 102,3.
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