Olá, boa tarde! Nos últimos meses temos ouvido inúmeras críticas ao modo como o presidente Lula vem conduzindo a campanha, ou pré-campanha, da sua candidata, a ministra Dilma Rousseff. A oposição e grande parte da impressa acusam ambos de antecipar o início da “propaganda”, tendo Dilma participado da grande maioria das viagens do presidente em inaugurações pelo Brasil e eventos internacionais, prática que desrespeita as leis eleitorais em vigor. Certamente, ignorar as regras do jogo em benefício próprio não configura, de longe, uma prática republicana saudável. No entanto, mais do que a leitura formal do que vem acontecendo no cenário eleitoral, há um elemento substantivo que bem traduz o que se passa por trás do “choro”, sem me posicionar em lado algum, dos “críticos”: o imobilismo da oposição. Não é de hoje que campanhas começam antes do período eleitoral regulamentar e com isso não quero, em momento algum, defender ações irregulares. Chamo a atenção apenas para o fato de que outro motivo que não o purismo e o zelo exemplar pela legislação eleitoral pode explicar porque as demais campanhas ainda não começaram a “aparecer”. Incrivelmente parece que só Lula tem um projeto, o de eleger Dilma, concomitante ao imobilismo das demais candidaturas que se debatem em torno de críticas descabidas, vitupérios, contanto, é claro, com um setor da imprensa ávido em manchetes explosivas para sobreviver. E quando se discute política? Nunca! A culpa disso é apenas do presidente e de sua “eleita”? Seguramente, não! O projeto governista que vem desfilando pelo país em inaugurações e coisas do gênero graça na medida em que conta com uma pane de propostas, projetos, uma pane de política. Num país onde é difícil se apresentar como continuidade, estruturando quase sempre campanhas eleitorais em torno da bandeira da mudança e da cega negação do passado, hoje parecer ser esta a principal arma para se eleger, arma essa vetada aos que não fazem parte do governo. Não sou o primeiro e nem serei o último a dizer isso: ou a oposição formula um projeto que passe ao largo de acusações que só servem pra vender jornal, imaginando um Brasil que não pode esquecer seu passado para andar para frente, ou Dilma, mesmo ela, ganhará. Como em política as coisas geralmente são diferentes, podemos dizer que aqui quem queima a largada na corrida... ganha! Boa tarde a todos e até o Cena Política da semana que vem!
A coluna Cena Política vai ao ar todas as quintas (por volta das 14:30h), na Rádio Catedral FM 102,3.
2 comentários:
Esta coluna foi publicada hoje (31/03/2010) na seção opinião/artigos do jornal Tribuna de Minas - Juiz de Fora/MG.
Não sei se isso se configura como um "problema", mas a candidata Marina Silva saiu como candidata com o esterótipo "verde" e creio que isso configura no imaginário de uma certa porcentagem da população brasileira de que ela só irá defender o verde e nada mais. Por isso, acredito que Lula conseguiu concretizar a sua mitificação graças à sua política de ação social. E é o que ele tenta fazer com Dilma. O jornalismo possui os seus critérios de noticiabilidade e Dilma sempre será noticiada se estiver com o presidente. É de se esperar se resta uma arapuca dos outros partidos para interrromper isso, como uma denúncia de um esquema de corrupção ou algo assim. Excelente artigo, Diogo. Um abraço!
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